Adão Gomes- Jornalista
Manaus, a vibrante capital amazonense, já respira o clima denso e estratégico das eleições de 2026. Em um cenário que promete ser um dos mais intrincados e surpreendentes da história política do Amazonas, as articulações nos bastidores do poder formam uma complexa tapeçaria de interesses ocultos e movimentos calculados. Aqui, uma "negativa" oficial tem provocado mais arrepio do que calmaria, instigando questionamentos persistentes e lançando sombras de dúvida sobre os passos futuros, especialmente para aqueles que observam com lupa os movimentos do Senador Eduardo Braga.
O Prefeito David Almeida, maestro dessa orquestra política e figura de imensa centralidade, não se apresenta como candidato, mas parece estar pacientemente traçando uma rota estratégica para seu grupo, uma "nova rota" que desafia as expectativas tradicionais, com seu leal e testado escudeiro, Marcos Rotta, estrategicamente posicionado para o embate senatorial.
Nos círculos políticos mais próximos e nos sussurros que correm pelos gabinetes da Assembleia e da Prefeitura, uma especulação tem ganhado força descomunal: a de uma suposta parceria, um "voto casado" para o Senado, entre o grupo político do Prefeito David Almeida e o pré-candidato bolsonarista Capitão Alberto Neto. A ideia que circulava, e que agora é veementemente negada, sugeria uma mobilização conjunta das forças políticas de Manaus e do interior, calcada fortemente no uso estratégico das redes sociais e em um posicionamento firme e descompromissado com o "status quo", mirando um público jovem e engajado, que busca novas representações.
Capitão Alberto Neto, vale ressaltar, já confirmou sua pré-candidatura ao Senado pelo Partido Liberal (PL), com o respaldo explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que por si só já o posiciona como uma força a ser reconhecida?
"Não é verdade que o Prefeito David Almeida está fechando parceria com o Pré-Candidato Bolsonarista, Capitão Alberto, para fazer voto casado para senador, usando as forças da capital e interior, calcado fortemente em redes sociais, com posicionamento firme, principalmente com o público jovem.", conforme comentou minha fonte.
Essa é a negativa que ecoa pelos corredores políticos, mas que, paradoxalmente, tem levado a questionamentos ainda mais inquietantes. Ora, se essa parceria não existe, por que tanta energia é gasta em negá-la? Se é apenas um boato sem fundamento, por que o desconforto é tão palpável nos bastidores? A picardia está no ar, e quando a política amazonense fica assim, com esse cheiro de mistério e essa dança de palavras, é porque algo grande está fermentando.
A dimensão de uma parceria dessa natureza, real ou apenas um rumor bem orquestrado, seria monumental. Capitão Alberto, com sua base bolsonarista consolidada, um discurso que ressoa com parcelas significativas do eleitorado – especialmente entre os mais jovens e aqueles profundamente engajados nas redes sociais – e sua capacidade de mobilização digital, representaria um contraponto poderoso e, sem dúvida, incômodo para o establishment.
Se essa aliança se concretizasse – ou melhor, se ela já não estivesse se concretizando nos bastidores –, ela atingiria em cheio o Senador Eduardo Braga, cujo eleitorado, embora tradicionalmente forte e fiel, tem enfrentado desafios para se conectar com a dinâmica da Geração Z e as novas vertentes da política digital. A capacidade de David Almeida de articular apoios robustos em Manaus e em todo o interior do Amazonas, somada ao apelo de Capitão Alberto, teria o condão de desestabilizar a corrida senatorial de forma imprevisível.
Mas David Almeida, esse engenheiro da política amazonense, parece estar jogando um jogo muito mais sofisticado. Sua postura pública de apoio a Eduardo Braga para o Senado soa quase como uma serenata cantada para adormecer os adversários. Afinal, quem disse que não se pode apoiar publicamente alguém enquanto se prepara discretamente uma surpresa eleitoral? A política amazonense sempre foi assim: cheia de curvas, meandros e pegadinhas que só os mais experientes conseguem navegar.
Nesse xadrez político meticulosamente montado por David Almeida, Marcos Rotta emerge não apenas como uma peça, mas como a peça fundamental para a concretização da "nova rota" amazonense em Brasília. Sua pré-candidatura ao Senado pelo Avante, com o apoio irrestrito e declarado do Prefeito David Almeida, é um indicativo claro de que, independentemente das alianças públicas e dos desmentidos de bastidores, Almeida está construindo um projeto político de longo prazo.
David Almeida já afirmou que a candidatura de Marcos Rotta é um "passo estratégico" para conquistar uma vaga no Senado em 2026. Esta não é apenas uma aposta em um amigo leal, mas uma decisão calculada que visa expandir a influência política do grupo para além dos limites da prefeitura de Manaus, projetando-a no cenário nacional.
Marcos Rotta, com sua lealdade inquestionável a David Almeida e sua vasta experiência política – tendo sido vice-prefeito de Manaus, deputado federal, estadual e vereador –, carrega consigo não apenas o peso da máquina política de David Almeida na capital e no interior, mas também uma reputação de seriedade e competência. A força de Rotta é a força do projeto de Almeida, e essa sinergia é o que deve, sem dúvida, inquietar os concorrentes ao Senado, especialmente aqueles que já consideram a vaga garantida.
Independentemente da veracidade ou não da "não-parceria" com o grupo de David Almeida, a figura de Capitão Alberto Neto por si só já é um vetor de inquietação no panorama eleitoral amazonense. Como pré-candidato ao Senado pelo PL e com o respaldo de Jair Bolsonaro, Alberto representa uma força consolidada no espectro bolsonarista, um eleitorado fiel e mobilizado.
Sua capacidade de comunicação nas redes sociais, aliada a um discurso que ecoa com uma parcela significativa da população – especialmente os mais jovens e aqueles que se identificam com pautas conservadoras e "anti-establishment" –, o coloca como um competidor a ser levado a sério. Capitão Alberto é um deputado federal que, em 2022, alcançou a marca de deputado mais votado do Amazonas, o que já demonstra seu potencial de mobilização eleitoral.
A simples presença de Capitão Alberto na disputa pelo Senado já fragmenta o eleitorado e obriga os demais candidatos, incluindo o Senador Eduardo Braga, a redefinirem suas abordagens. Sua ascensão é um fator de picardia no cenário, pois sua força, ainda que "isolada" (será mesmo?), já é suficiente para corroer parcelas do eleitorado tradicional e forçar uma disputa mais acirrada.
E o que dizer do Senador Eduardo Braga nessa história toda? Oficialmente, tudo corre bem, tudo está sob controle, a reeleição é quase certa. Mas será que é mesmo? Quando negativas soam como confirmações, quando aliados públicos articulam candidaturas próprias, e quando o eleitorado jovem busca novos rostos, até os mais experientes sentem o chão tremer um pouco.
Braga, com toda sua experiência e trânsito político, certamente não chegou onde chegou por acaso. Ele sabe ler as entrelinhas da política amazonense melhor que ninguém. E se há algo que a política ensina é que quando todo mundo está negando alguma coisa com muita veemência, é melhor prestar atenção no que não está sendo dito.
A questão que fica no ar é: será que Eduardo Braga está realmente tranquilo com esse cenário, ou será que, nos bastidores, também está recalculando suas estratégias? Afinal, quando David Almeida resolve "mudar a rota", as coisas tendem a ficar interessantes.
Além da "não-parceria" entre David e Capitão Alberto, o cenário político amazonense fervilha com outras articulações e movimentos estratégicos. A ascensão de figuras como a reitora Maria do Carmo Seffair, que se posiciona fortemente no espectro bolsonarista, sinaliza que o jogo político está aberto a múltiplas frentes e novos nomes podem despontar a qualquer momento.
As tensões internas que permeiam o Partido Liberal (PL), envolvendo nomes como o Vereador Sargento Salazar em discussões para as eleições de 2026, indicam que os partidos estão em plena efervescência, com disputas internas que podem redefinir alianças e candidaturas de última hora, gerando um ambiente de total imprevisibilidade.
O silêncio em torno de certas especulações pode ser, em sua essência, a mais eloquente das declarações. Ele sugere que o jogo político em Manaus é muito mais profundo, multifacetado e sutil do que se apresenta na superfície. As estratégias tecidas nos bastidores, as conversas veladas, os movimentos quase imperceptíveis – estes são os verdadeiros indicadores do que está por vir.
Na política amazonense, quando alguém nega algo com muita força, é porque provavelmente há algo para ser negado. E quando três personagens – David, Rotta e Capitão Alberto – aparecem na mesma frase sendo negados como parceiros, mas continuam aparecendo juntos nas especulações, é porque alguma coisa está acontecendo.
David Almeida, reconhecido inclusive internacionalmente no Polaris Awards 2025 pela excelência em estratégias digitais, não é homem de deixar nada ao acaso. Sua habilidade em navegar por águas políticas complexas, tecendo alianças improváveis e desafiando prognósticos, o distingue no cenário amazonense. Se há uma negativa tão enfática sobre uma parceria, é porque alguém considerou essa parceria importante o suficiente para ser negada.
E aqui reside a grande picardia da situação: quanto mais se nega, mais se especula. Quanto mais se explica que não há parceria, mais os analistas políticos se perguntam por que tanta explicação para algo que supostamente não existe.
As eleições de 2026 prometem ser um campo minado de surpresas e reviravoltas, onde a verdade pode estar habilmente escondida naquilo que é negado, e a "nova rota" de David Almeida, impulsionada pela força de Marcos Rotta e pelo ímpeto de Capitão Alberto, pode ser o mapa para um futuro político amazonense completamente redefinido.
A incerteza paira no ar como a névoa matinal sobre o Rio Negro, mas a movimentação intensa dos bastidores é clara: o Amazonas está prestes a testemunhar uma das mais intrigantes e disputadas eleições de sua história recente. E o Senador Eduardo Braga, veterano que é, certamente tem muitos motivos para refletir sobre os novos ventos que sopram na política amazonense.
No final das contas, o que temos é um cenário delicioso de se acompanhar: David finge que não conhece Capitão Alberto (mas todo mundo viu os dois conversando), Rotta acenar discretamente para possíveis acordos (mas oficialmente está focado apenas em sua campanha), Capitão Alberto seguindo firme com seu projeto (mas sem descartar diálogos estratégicos), e Eduardo Braga mantendo a pose de tranquilidade (mas certamente calculando cada movimento dos adversários).
A política amazonense sempre foi assim: cheia de meandros, surpresas e jogadas que só se revelam no final. E se há uma coisa que podemos ter certeza é que, entre negativas veementes e silêncios eloquentes, alguma coisa está sendo preparada para 2026.
Resta saber se essa "nova rota" que David Almeida está traçando vai realmente mudar o mapa político do Amazonas, ou se é apenas mais um dos muitos rumores que alimentam a picardia política manauara. Uma coisa é certa: com personagens desse calibre no cenário, as eleições de 2026 prometem ser tudo, menos previsíveis.
E enquanto isso, o silêncio de Manaus continua gritando mais alto que qualquer declaração oficial. Porque na política, às vezes, é exatamente aquilo que não se diz que diz tudo.
Na política amazonense, quando todo mundo nega alguma coisa ao mesmo tempo, é melhor prestar atenção. Porque pode ser que a verdade esteja exatamente onde ninguém está olhando.
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