Adão Gomes-Jornalista
MANAUS, AM – Um escândalo bilionário sacode a Previdência Social brasileira. Com desvios que já drenaram R$ 6,3 bilhões dos cofres públicos, o senador Omar Aziz (PSD-AM) está prestes a assumir o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Embora o senador ainda negue oficialmente sua escolha à Jovem Pan, veículos como Metrópoles e GP1 confirmam que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já o designou, em articulação com o Planalto, para liderar essa missão crucial com início previsto para 17 de junho de 2025.
Para o Amazonas, onde 47% dos processos de benefícios do INSS em Manaus apresentam irregularidades, e para os 4,1 milhões de idosos impactados pela Revisão da Vida Toda (RVT), a CPMI é mais que uma investigação: é uma promessa de justiça. Para Aziz, cotado para o governo do Amazonas em 2026, a presidência da comissão se torna a oportunidade de consolidar um legado nacional e pavimentar sua campanha em um estado com forte base idosa. Contudo, o caminho é íngreme, recheado de políticos envolvidos em esquemas e pressões que testarão cada passo de sua liderança.
A Previdência Social enfrenta uma crise sem precedentes. Esquemas de descontos indevidos, como filiações fraudulentas a associações e sindicatos, já desviaram R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal (Operação Sem Desconto, 2025). No Amazonas, o impacto é devastador: 92.441 beneficiários ativos em Manaus enfrentam irregularidades em quase metade de seus processos (47%), conforme o Ministério Público Federal (MPF-AM, maio/2025).
Esses desvios atingem em cheio a Revisão da Vida Toda (RVT), um direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023. A RVT deveria recalcular benefícios com base em contribuições anteriores a 1994, beneficiando 4,1 milhões de idosos. No entanto, atrasos e fraudes transformam esse direito em um pesadelo burocrático, privando aposentados de valores justos e essenciais para sua subsistência.
Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO), um dos signatários do pedido de criação da CPMI, são vozes ativas contra essas irregularidades, buscando expor a fundo os envolvidos. A CPMI, proposta pela oposição e com amplo apoio de deputados e senadores – incluindo metade da base do governo Lula –, visa desmascarar quadrilhas e políticos. As investigações da Polícia Federal já resultaram na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na suspensão de servidores, evidenciando a gravidade do problema.
Omar Aziz, ex-governador do Amazonas (2010-2014) e atual líder do PSD no Senado, traz um currículo robusto para a CPMI. Em sua gestão no governo do estado, a mortalidade infantil foi reduzida em 18% (DATASUS, 2014) e o programa Bolsa Floresta foi implementado. No Senado, ele se destacou como o 7º parlamentar mais ativo em 2023 (Congresso em Foco) e presidiu a crucial CPI da Pandemia (2021), que resultou em pedidos de indiciamento de 78 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sua relatoria na PEC dos Precatórios (2021) evitou um colapso fiscal que afetaria diretamente benefícios sociais, e sua proposta de usar blockchain para modernizar o INSS (PLS 248/2022, embora arquivado) revela um olhar inovador para a gestão pública. Apesar de investigações passadas (Lava Jato), arquivadas por insuficiência probatória pelo STF, Aziz tem agora a chance de consolidar um legado de transparência e defesa dos direitos do cidadão.
Sua postura firme, como demonstrado na audiência com a ministra Marina Silva, descrita como "ríspida, mas com ardor" pelo site Nafesta, reforça sua imagem de líder combativo. Essa característica pode atrair o eleitorado amazonense, especialmente a grande base idosa do estado, mas exige um equilíbrio delicado para não criar atritos desnecessários com potenciais aliados.
Com 180 dias para investigar, a CPMI do INSS se insere em um cenário político complexo. A oposição, liderada por nomes como Damares Alves (Republicanos-DF) e Coronel Fernanda (PL-MT), busca apurar fraudes que teriam começado no governo Bolsonaro. Já governistas, como Rogério Carvalho (PT-SE), condicionam o apoio à investigação de períodos anteriores.
A ministra Gleisi Hoffmann (PT) critica a CPMI, alertando para o risco de atrasar ressarcimentos e politizar investigações da Polícia Federal e CGU, que já agem suspendendo descontos indevidos. Contudo, petistas como Fabiano Contarato (PT-ES) apoiam a comissão. O Planalto, por sua vez, teme que a CPMI se transforme em um palanque eleitoral.
As fraudes investigadas envolvem uma rede sofisticada de políticos e servidores, com filiações falsas e descontos automáticos sendo os alvos principais. A CPMI deve atuar no mapeamento desses atores, suspendendo funcionários e congelando recursos desviados, com a meta ambiciosa de recuperar R$ 2 bilhões em 90 dias. A transparência será uma bandeira fundamental, com a criação de um painel público online, inspirado no Portal da Transparência da CGU, para divulgar processos, indiciamentos e recursos recuperados.
Os idosos são as maiores vítimas das fraudes, que não só reduzem seus benefícios, mas também atrasam o acesso à RVT. No Amazonas, onde a base idosa é expressiva (cerca de 15% da população, segundo IBGE 2024), a CPMI pode acelerar a implementação da RVT, buscando reduzir filas em 40% até dezembro de 2025 com o uso de soluções digitais como autenticação biométrica e chatbots de IA.
A recuperação dos recursos desviados pode ter um impacto social imenso, com estimativas de que R$ 1,2 milhão de cirurgias pelo SUS poderiam ser financiadas, fortalecendo a saúde pública local e nacional.
A presidência da CPMI posiciona Omar Aziz como um líder anticorrupção, um trunfo valioso para sua pré-candidatura ao governo do Amazonas em 2026. A visibilidade nacional que a comissão oferece fortalece o PSD-AM, atrai eleitores idosos e reforça pautas como a Zona Franca Verde.
No entanto, os desafios são imensos: pressões do Planalto, críticas da oposição (que já o atacou com termos como "Zé Colmeia" e questionamentos sobre sua imparcialidade) e a necessidade de apresentar resultados concretos em 180 dias. A habilidade de Aziz em articular com o Centrão (o PSD conta com 42 deputados e 7 senadores) será crucial para evitar que a CPMI repita o destino de 42% das comissões que, entre 2000 e 2023, não geraram indiciamentos, conforme dados do Senado Federal.
Se confirmado, Omar Aziz terá a responsabilidade de liderar um roteiro estratégico:
Omar Aziz, o Amazonas e os idosos do Brasil esperam ação imediata. Se você assumir o comando da CPMI, seu dever é:
A sociedade tem um papel fundamental nessa batalha:
Conclusão: Um Marco para o Brasil e o Amazonas
A CPMI do INSS é mais que uma investigação; é a chance de restaurar a dignidade dos idosos e a confiança na Previdência. Para Omar Aziz, é a oportunidade de transformar o Amazonas em protagonista nacional e pavimentar sua volta ao governo estadual. O momento exige coragem, transparência e resultados. A história está assistindo.
Qual sua opinião sobre a força das evidências apresentadas para a atuação de Omar Aziz na CPMI?
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