Crônica: O Caldeirão do Amazonas Forte de Novo – Cotoveladas, Suor e Puns Silenciosos
Adão Gomes- Jornalista
Manaus, 25 de abril de 2025 – Clube da OAB-AM, onde o espaço era pequeno, mas a empolgação (e os puns) eram gigantes
Manaus, minha gente, nunca decepciona. No dia 25 de abril de 2025, o Clube da OAB-AM virou o palco do maior fervo político do ano: o pré-lançamento das candidaturas de Omar Aziz ao governo e Eduardo Braga ao Senado, com David Almeida brilhando como o prefeito mais sorridente do Brasil. O movimento Amazonas Forte de Novo prometia união, mas entregou também cotoveladas, suor, cheiro de CC vencido e, pasmem, uma sinfonia de puns que quase – quase – causou um tumulto. Mas, no Amazonas, a política é assim: uma festa quente, apertada e com um toque de comédia. Vamos mergulhar nesse caldeirão, com ironia, picardia e uma pitada de nariz tapado, porque aqui ninguém critica, só brinca!
O aperto que virou guerra de cotovelos
Chegar ao Clube da OAB-AM era como tentar entrar no boi-bumbá em Parintins no meio da galera. O trânsito lá fora? Um caos que fazia o manauara repensar a vida. Buzinas, motos cortando, e um mototaxista gritando: “Corre, que o Omar tá esperando!”. Dentro, o salão era um espetáculo: bandeiras dos 62 municípios balançando como se fossem a torcida do Caprichoso, banners coloridos e uma iluminação que parecia saída de um show de forró. O som? Perfeito, com hinos regionais e aquele pop genérico que todo mundo nega, mas balança o quadril. A decoração? Impecável, com bandeiras do Amazonas e dos municípios dando um clima de final de campeonato, e as cores explodindo como uma competição de escola de samba.
Mas, meu amigo, o espaço… Santo cupuaçu, que espaço! O Clube da OAB-AM não foi feito pra tanta gente. Era um sucesso tão grande que parecia que os 62 prefeitos, os 18 deputados estaduais, os vereadores de Manaus, os ex-prefeitos do interior e até o Clã dos Lins chamaram a vizinhança inteira. O calor estava de derreter a Zona Franca, e o ar-condicionado, coitado, pedia demissão. Assessores corriam com garrafas d’água como se fossem barras de ouro, enquanto um vereador, suado até a alma, gritava: “Água, pelo amor de Deus!”. Outro, com o paletó grudado no corpo, respondeu: “Água? Eu preciso é de um banho!”.
E aí veio o vilão invisível: os puns. Sim, meus amigos, no meio daquele aperto, alguém – ou alguns – resolveu liberar a pressão. O ar, antes abafado pelo calor e pelo suor, agora foi contaminado por uma fragrância suspeita que começou a circular como um fantasma invisível. O povo, com a discrição de sempre, fechava o nariz, olhava pros lados e soltava uma risada nervosa. Quase rolou um tumulto quando um assessor apontou pro colega, mas o clima de união venceu. “Deixa quieto, é o calor!”, cochichou um prefeito, enquanto abanava a camisa, numa tentativa de salvar a própria dignidade. Era política, era paixão, era… humanidade em seu estado mais natural.
Omar, o rei do carisma e dos sonhos
No meio desse caos perfumado, Omar Aziz deslizava como um boto no rio, cumprimentando todo mundo com um sorriso que dizia: “Tá quente, tá fedido, mas a vitória é nossa!”. Ele abraçava prefeitos, apertava mãos de vereadores e trocava risadas com o Adail Pinheiro, prefeito de Coari, que retribuía com um “Omar, tu é o cara desde os tempos do tambaqui na brasa!”. A base de Aziz estava lá, firme como uma jangada, but the senator didn’t take his eyes off David Almeida. “Esse não muda de casaca, né?”, parecia sonhar Omar, imaginando o prefeito fiel até 2026. E com razão, porque David estava no modo “sou o dono da festa”.
David, meu Deus, era pura alegria. Sorria tanto que parecia que alguém tinha dado um caminhão de açaí pra ele. A equipe do Partido Agir, que segue o prefeito como se fosse uma torcida organizada, estava em êxtase. Um assessor, com a camisa colada de suor, gritava: “É o Davi, é o Davi! Manaus tá com ele, e ele tá com Omar e Braga!”. Mas andar ali? Missão impossível. Era cotovelada pra cá, pisada no pé pra lá, e um cheiro de CC vencido que competia com os puns. “Quem tá sem desodorante?”, resmungava um vereador, enquanto outro, com cara de culpado, disfarçava olhando pro teto. E os puns? Continuavam, silenciosos e traiçoeiros, fazendo narizes se fecharem em solidariedade.
E, claro, Martinha, a coordenadora do senador Eduardo Braga, era pura felicidade. Na melhor definição, Martinha estava no melhor: no olho do furacão, com um sorriso contagiando toda a sua equipe, que estava visivelmente animada – muito mais do que qualquer outra pessoa no recinto. Os integrantes da equipe do DUDU, como eram carinhosamente chamados, pareciam sempre tão assumidos, tão certos de que a vitória era inevitável, que sua energia se espalhava como pólvora. "Esse evento é só o começo", dizia ela, com uma animação de quem estava prestes a conquistar o mundo. Enquanto isso, Eduardo Braga, com sua aura de estrategista, deixava Martinha e sua equipe brilhar, sabendo que todo o trabalho deles renderia frutos a longo prazo.
Braga, o mestre, e o WhatsApp da vitória
Enquanto Omar brilhava no carisma, Eduardo Braga era o cérebro por trás do espetáculo. Com a calma de quem já ganhou eleição no grito e na estratégia, ele coordenava tudo como um maestro de orquestra. A equipe dele, batizada de DUDU WhatsApp (ninguém sabe o que significa, mas é chique), mandava mensagens frenéticas: “Levanta a bandeira!”, “Aplaude agora!”, “Segura o prefeito que tá caindo!”. Braga discursava sobre a Zona Franca e a BR-319 com uma convicção que fazia o prefeito de Fonte Boa, lá no fundo do salão, soltar um “Esse é o senador!”. Perguntado por um repórter sobre o favorito pro Senado, o prefeito foi direto: “Eduardo Braga, sem conversa. É o cara!”.
Mas nem tudo era poesia. O calor estava tão brabo que o Clã Pinheiro – com Adail Filho, o pai e o vice-prefeito – parecia uma família de manauaras no Saara, tentando manter a pose enquanto derretia. Pauderney Avelino, sempre elegante, enxugava a testa com um lenço que parecia saído de um comercial de perfume caro. E a imprensa? Meu Deus do céu, a imprensa tradicional e digital brigava por espaço como se fosse final de Copa do Mundo. Um repórter quase tropeçou no cabo do microfone, enquanto um influencer fazia live com o celular tremendo: “Galera, olha o Omar! Olha o Davi! É 2026 na veia!”.
Gilmar Nascimento, o vereador que sonha alto
No meio do tumulto, quem roubava a cena era o vereador Gilmar Nascimento. O homem estava mais empolgado que torcedor do Flamengo na final da Libertadores. Com sua equipe – todos com sorrisos de quem acreditava no impossível – Gilmar circulava pelo salão com o brilho nos olhos de quem sonhava estar ali com camisas personalizadas, como uma verdadeira torcida organizada. “Eu confio na minha base, nos meus amigos, e no Omar e no Braga!”, declarava ele, enquanto apertava mãos e distribuía tapinhas nas costas. Um assessor, suado até o último fio de cabelo, cochichou: “O Gilmar tá voando. Se depender de energia, ele ganha até sem campanha!”. E a energia era real: Gilmar parecia estar em todos os cantos, como se tivesse aprendido a se teletransportar.
Mas não era só ele. Os vereadores de Manaus, os pré-candidatos a tudo e os ex-prefeitos do interior queriam seu momento no holofote. Era uma competição velada de quem falava mais alto, quem aparecia mais na foto, quem conseguia o melhor ângulo com Omar, Braga ou Davi. Um prefeito do interior, com o paletó desabotoado, desabafou: “Tá lindo, mas tá quente pra caramba. E esse espaço? Parece que chamaram o Amazonas inteiro!”. E chamaram mesmo. A assessoria confirmou: 62 prefeitos, uma massividade que fez o salão gemer – e o ar gemer com mais um punzinho anônimo. “De novo?”, reclamou uma assessora, tapando o nariz, enquanto o colega ria disfarçado.
A madame apertada
E no meio desse fervo, lá estava ela: uma madame, tão finamente vestida e com a roupa tão colada, que parecia que tinha sido envolvida na China, qual produto enlatado, pronta para ser exposta nas vitrines da política amazonense. A peça, aparentemente, tinha uma missão: sobreviver ao calor, ao aperto e à logística de uma festa política. Mas, ah, ela se mantinha lá, imóvel e digna, como se o espaço apertado fosse parte do charme. “Será que ela está respirando?” – pensei, enquanto ela se movia com uma graciosidade que mais parecia uma tentativa de não explodir dentro daquele traje. Mesmo em meio à confusão, ela parecia alheia, imune ao caos que tomava conta do ambiente, como uma espécie de acessório de luxo em meio ao tumulto da política.
O sucesso que não coube no salão
O evento foi um sucesso inegável, but the space… Meu Deus, o espaço! Era como tentar guardar o rio Negro numa xícara. A decoração, com bandeiras e banners, era linda, mas mal dava pra ver de tão amontoado que tava. O som, perfeito, mas às vezes era abafado pelo burburinho de mil conversas – e pelos puns, claro. E a empolgação? Essa ninguém segurava. O Clã dos Lins, sempre fiel, estava lá, firme como uma jangada no meio do rio. A possível pré-candidata da Fametro? Bom, dizem que ela tá no radar, mas, naquele dia, o holofote era todo de Aziz, Braga e Almeida. Maria do Carmo, a pré-candidata da família Lins, era mais uma presença etérea, quase como uma estrela distante, esperando sua vez no palco – mas ninguém, absolutamente ninguém, a viu por lá. Ela, quem sabe, estava apenas no sonho daqueles que apostam no impossível. Até os ventos sopravam para outros lados.
E tinha de tudo: o cheiro de café requentado misturado com perfume caro, o ronco de um estômago faminto, e um “desodorante de guerra” que alguém passou no banheiro e fez o corredor inteiro tossir. Mas ninguém arredava o pé. Era política, era paixão, era o Amazonas se mexendo pro futuro. David Almeida, com seu sorriso de quem ganhou na loteria, dançava entre os apoiadores, enquanto Omar sonhava com a fidelidade do prefeito. “Não muda de lado, Davi, pelo amor de Deus”, parecia sussurrar o coração do senador, enquanto ele abraçava mais um velho amigo.
Anderson Souza, o termômetro político
Enquanto os puns disputavam a atenção com os discursos inflamados, o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Anderson Souza, circulava pelo salão com uma expressão de quem estava calculando mais do que apenas a temperatura ambiente. Com sua experiência política, ele observava atentamente os apoios, anotando mentalmente quem estava com quem e quem estava com o quê. “Aqui é mais quente que o Rio Preto da Eva no verão”, comentou com um sorriso maroto, enquanto ajustava a gravata e se preparava para a próxima rodada de abraços e promessas. De olho nas pesquisas, Anderson sabia muito bem que a política amazonense é feita de números – e de muito mais do que números; ele também estava pronto para verificar a verdadeira força dos apoios. Afinal, 2026 está logo ali, e ele não ia deixar ninguém escapar de suas garras de cálculo e estratégia.
O gran finale e os desafios à vista
Quando o evento acabou, o salão parecia um campo de batalha – no bom sentido. Papéis de anotação no chão, copos de água esmagados, e um ou outro paletó esquecido na cadeira. But the vibe was pure victory. A imprensa saiu correndo pra publicar, os influencers postaram stories até o celular descarregar, e o trânsito lá fora continuou infernal. Omar Aziz, com o cabelo ainda impecável apesar do calor, deu um último aceno. Eduardo Braga, o mentor, já planejava as caravanas pelo interior. E David Almeida? Esse saiu cantando, com a equipe do Agir atrás, como se o carnaval tivesse começado cedo.
Os desafios? Estão aí, claro. Wilson Lima, meu candidato também ao SENADO; não vai entregar o jogo de graça, e a tal pré-candidata da Fametro pode dar trabalho. Mas, naquele 25 de abril, o Amazonas estava forte – e suado – de novo. E, se depender da energia daquele salão apertado, com cotoveladas, puns e narizes tapados, 2026 já tem dono. Ou melhor, donos: Omar, Braga e o sorriso imbatível do Davi.
Nota Final:
Essa crônica é uma brincadeira carinhosa com o calor, o aperto, os puns e a paixão da política amazonense. Que venha 2026, com mais espaço, mais ventiladores e, quem sabe, menos cotoveladas – e menos puns!
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