Dando sequência ao cronograma de audiências públicas promovido pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Rondônia, o município de Alta Floresta do Oeste sediou nesta quinta-feira (24) a segunda rodada de debates sobre a atualização do Zoneamento Socioeconômico-Ecológico (ZSEE) do estado.
Comandado pelo deputado Ismael Crispin (MDB), presidente da comissão, o evento contou com ampla participação de produtores rurais, técnicos, autoridades locais e lideranças comunitárias, consolidando o propósito de ouvir quem vive da terra e garantir que o novo zoneamento seja construído de forma justa, técnica e participativa. “A intenção da comissão é ouvir o máximo de pessoas possível. O zoneamento precisa ser construído com base na realidade de quem produz, de quem preserva, de quem vive aqui. A voz de vocês é que vai nortear esse projeto”, afirmou Ismael durante a abertura.
A apresentação técnica ficou por conta da engenheira florestal Débora Rosa, que contextualizou os critérios do zoneamento vigente e a urgência da revisão, já que o atual instrumento data do ano 2000. “O ZSEE é uma ferramenta estratégica que organiza o território com base em estudos técnicos. Ele garante segurança jurídica, conservação ambiental e direcionamento para políticas públicas”, pontuou.
Durante a audiência, diversos depoimentos evidenciaram os impactos negativos da ausência de atualização. O produtor Max Mauro Ribeiro, da Linha 125, relatou. “Estou naquela região desde 2000 e até hoje não sei se vou poder continuar criando gado. O que queremos é segurança para continuar produzindo com dignidade.”
Cátia Carvalho, moradora da região, reforçou a importância da escuta ativa. “Esperamos mais de 25 anos por essa atualização. O que está em jogo aqui é a sobrevivência de centenas de famílias. O zoneamento precisa ser feito com quem está aqui, não de cima pra baixo.”
O prefeito de Parecis, Marcondes de Carvalho, também participou e destacou a relevância da pauta para o futuro do estado. “A economia de Rondônia gira em torno da agropecuária. Regras claras são essenciais para continuarmos crescendo com segurança e responsabilidade.”
O secretário da Sedam, Marco Antônio Lagos, reforçou o alinhamento do Governo com a proposta. “O governador Marcos Rocha determinou que essa atualização seja feita com base técnica e escutando a população. Esse é um processo prioritário para o Estado, e qualquer erro pode comprometer todo o planejamento territorial de Rondônia”, alertou.
O deputado Ismael Crispin também fez referência à postura do governador. “Quero reconhecer que o governador teve coragem de retomar esse debate. Desde o primeiro mandato, tem demonstrado compromisso com quem produz e com políticas públicas sérias, como já vimos na regularização fundiária”, disse.
O presidente da Associação Asprocar, Neil de Ney, ressaltou a importância do protagonismo dos produtores no processo. “Queremos estar presentes em todas as etapas. O zoneamento precisa refletir nossa realidade. É o futuro de quem vive da terra que está em jogo”, pontuou.
Ao final, Ismael Crispin reforçou que o trabalho da comissão seguirá em todas as regiões de Rondônia, com transparência e responsabilidade. “Nosso compromisso é com um zoneamento construído com técnica, escuta e respeito. Só assim vamos garantir segurança jurídica, equilíbrio ambiental e desenvolvimento de verdade para Rondônia”, finalizou.
A próxima audiência pública está marcada para o dia 8 de maio, no município de São Miguel do Guaporé.
Texto: Laila Moraes | Jornalista
Foto: Jiuliano Salim
Mín. 21° Máx. 32°