Caminhada e intervenção artística marcam campanha de conscientização sobre o autismo no CIIR

Na última quarta-feira, 2, data que celebra o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, iniciou uma série de atividades para marcar a campanha “Abril Azul: Conscientização sobre o Autismo”. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ampliar a compreensão sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e fomentar a inclusão de pessoas que convivem com essa condição.

Para promover essa conscientização, o Centro de Reabilitação, em parceria com o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e o setor de Arte e Cultura, organizou caminhada no CIIR e no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea). A atividade reuniu usuários, familiares e a equipe multiprofissional, combinando intervenção terapêutica com uma ação de educação em saúde baseada na Política de Humanização do Ministério da Saúde.

A programação foi dividida em dois momentos. Pela manhã, a caminhada ocorreu no Cetea, e à tarde, no CIIR. Segundo Samilly Batista, coordenadora assistencial do Cetea, a iniciativa foi um momento de união e reflexão.

"Reforçamos hoje a importância da visibilidade da pessoa com autismo e da necessidade de ações concretas de conscientização, para dar voz a essa causa, que precisa ser vista e respeitada. Além disso, lembramos que o movimento por uma sociedade verdadeiramente acessível, com direitos garantidos para a pessoa com autismo, não pode se restringir a uma data ou a um mês. Deve ser um compromisso diário de todos nós", destacou a profissional.

Intervenção artística -Durante a programação, a Palhaça Nanna Chorona, interpretada pela professora de Teatro do CIIR, Paula Barros, realizou uma intervenção lúdica para usuários, familiares e a equipe multiprofissional. A apresentação incluiu a leitura do livro “A pontinha menorzinha do enfeitinho do fim cabo de uma colherzinha de café”, de Elvira Vigna, abordando, de forma poética, a importância do cuidado com o outro.

Segundo Paula, a intenção foi promover uma reflexão para responsáveis e cuidadores, destacando que tudo o que fazem pelas crianças neurodiversas é essencial e suficiente. “Além de sensibilizar sobre o autismo, a intervenção teve o intuito de fortalecer e valorizar os cuidadores, mostrando que não estão sozinhos nessa jornada pela inclusão e pelo apoio às famílias atípicas”, ressaltou a profissional.

Aprovação –Ao elogiar a iniciativa da caminhada, a aposentada Waldete Paulo, 65 anos, fez questão de destacar a importância do centro e a evolução de seu neto, Lucca Malvão, 7 anos, no tratamento oferecido pelo Cetea. Assistido há um ano, ele participa das terapias de Análise do Comportamento Aplicada (ABA), integração sensorial e Atividades de Vida Diária (AVD).

“O Cetea tem ajudado muitas famílias. Meu neto evoluiu bastante, passando do suporte 3 para o suporte 2. Ele chegou sem falar e hoje se comunica normalmente. Também não se alimentava sozinho, mas agora já consegue. Com a terapia de AVD, está aprendendo até a lidar com dinheiro”, relatou.

No CIIR, Bernardo Salustiano, 13 anos, assistido há um ano pela Casa Funcional, participou da caminhada e destacou a relevância da iniciativa. Acompanhado da mãe e dos profissionais que o atendem, ele ressaltou o impacto da ação.

“Participar dessa caminhada é importante porque dá visibilidade à causa autista, e, como usuário diagnosticado com TEA, não poderia ficar de fora. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo reforça a luta pela inclusão, diversidade, garantia de direitos e respeito da sociedade”, afirmou o jovem, entusiasmado ao reencontrar amigos e outros participantes no evento.

Humanização e inclusão como princípios –A caminhada alusiva ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo faz parte do calendário inclusivo do Ministério da Saúde, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH).

“As ações do Grupo de Trabalho de Humanização do CIIR para esta data têm o objetivo de reforçar a importância do dia e promover a conscientização sobre o autismo. Trata-se de inclusão, de garantir um olhar atento e acolhedor para as pessoas autistas”, destacou Ivana Pimentel, presidente do GTH.

Estrutura –O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade a Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do CIIR e do Cetea por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que, por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço:O CIIR/Cetea é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano(INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Cetea funciona na Rua Presidente Pernambuco, nº 489, bairro Batista Campos, em Belém. O CIIR está localizado na Rodovia Arthur Bernardes, nº 1000, também na capital paraense. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.

Texto: Tarcísio Barbosa (Ascom CIIR)