Transformação Econômica de Autazes: Projeto Potássio Impulsiona Desenvolvimento Sustentável na Região
Adão Gomes - Jornalista
O Projeto Autazes, liderado pela empresa canadense Brazil Potash Corp., representa um marco significativo para o setor mineral brasileiro, com potencial para transformar a produção de fertilizantes no país e fortalecer a economia do Amazonas.
Localizado no município de Autazes, a aproximadamente 113 km de Manaus, o projeto prevê a construção de uma mina subterrânea para a extração de silvinita, mineral fonte de potássio. Com um investimento estimado em R$ 13,7 bilhões (cerca de US$ 2,5 bilhões), a iniciativa visa produzir anualmente 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio, o que corresponde a cerca de 20% do consumo nacional desse insumo essencial para a agricultura.
Atualmente, o Brasil importa aproximadamente 95% do potássio que consome, principalmente de países como Canadá, Rússia e Bielorrússia. A produção local, prevista para iniciar entre 2028 e 2029, busca reduzir essa dependência, fortalecendo a segurança alimentar e a competitividade do agronegócio brasileiro. O potássio é um dos três fertilizantes químicos essenciais na produção agrícola de larga escala, ao lado do nitrogênio e do fósforo. No início de 2021, a tonelada de potássio era negociada por cerca de US$ 300 no mercado internacional.
Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, esse valor triplicou, atingindo US$ 1.100 por tonelada em março de 2022. Essa volatilidade de preços impacta diretamente os custos de produção agrícola no Brasil. Com a produção nacional proveniente do Projeto Autazes, espera-se uma maior estabilidade nos preços dos fertilizantes, beneficiando o agronegócio brasileiro e possibilitando seu crescimento sustentável.
Além do impacto na balança comercial, o Projeto Autazes promete impulsionar a economia regional. Durante a fase de construção, estima-se a geração de cerca de 2.600 empregos diretos e 17 mil indiretos. Na fase de operação, serão aproximadamente 1.300 postos de trabalho diretos. O método de extração adotado será o de câmaras e pilares, considerado de baixo impacto ambiental. Após o beneficiamento, o cloreto de potássio será transportado por barcaças a partir de um porto privado a ser construído às margens do rio Madeira, facilitando a distribuição para o mercado agrícola brasileiro.
O projeto também inclui programas socioeconômicos e ambientais, visando o desenvolvimento sustentável da região e o respeito às comunidades locais, incluindo o povo indígena Mura. Em setembro de 2023, uma assembleia geral do povo Mura aprovou o projeto com ampla maioria, seguindo o Protocolo de Consulta e Consentimento Livre, Prévio e Informado, conforme as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT 169).
Para o município de Autazes, o projeto representa uma oportunidade sem precedentes de desenvolvimento econômico e social. A geração de empregos e a injeção de investimentos irão dinamizar a economia local, melhorando a qualidade de vida dos habitantes. Além disso, a infraestrutura associada ao projeto, como estradas e instalações portuárias, facilitará o acesso a mercados e serviços, promovendo o crescimento sustentável da região. A participação ativa e o apoio da comunidade local, especialmente do povo Mura, reforçam o compromisso com um desenvolvimento inclusivo e respeitoso às tradições culturais.
Com a implantação do Projeto Autazes, o Brasil avança rumo à autossuficiência na produção de fertilizantes, fortalecendo sua posição no mercado global e contribuindo para a segurança alimentar mundial.
Para mais informações, visite o site oficial da Potássio do Brasil.
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