O 2º Festival Paralímpico de 2025, ocorreu no último sábado, 20, na Estação Conhecimento, localizada no núcleo São Félix, marcado por muita alegria, interação e inclusão. O evento, promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e apoiado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), comemorou o Dia da Pessoa com Deficiência e reuniu cerca de 200 alunos da rede pública dos núcleos São Félix e Morada Nova, entre crianças com e sem deficiência.
Durante o festival, que é realizado ao mesmo tempo em todo o Brasil, os participantes dividiram-se em oficinas de parataekwondo, atletismo e tênis adaptado, com rodízio entre as modalidades organizadas. Toda a logística do evento, como transporte, alimentação e estrutura, foi organizada pela Semed que mobilizou cerca de 50 voluntários, entre professores de Educação Física, profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE), servidores do Departamento de Educação Especial e estudantes de Medicina, Pedagogia e Letras.
A Educadora Física e coordenadora do evento, Luísa Crisóstomo, ressalta que os alunos não estão ali para competir, mas para participar e aprender de forma lúdica.
“Eles gostam de participar, eles se divertem muito, porque é um esporte paralímpico passado para as crianças de forma lúdica. Eles não vão chegar aqui e competir, vão participar de brincadeiras dentro daquela modalidade. Não tem competição, por isso que é chamado de festival. É claro que eles têm contato com o esporte paralímpico que já abre uma porta aqui pra eles. Eles estão vendo que podem participar, podem praticar”, enfatiza a profissional.
A coordenadora do Departamento de Educação Especial da Semed, Thaís Mendes, informa que nesse festival a comunidade tem contato com o esporte paralímpico e onde as políticas públicas estão sendo efetivadas.
“É importante destacar que nós temos alunos atletas com deficiência que vão pra fora, trouxeram bastante medalhas da estadual e agora vão para o Nacional concorrer. Então é algo lindo que a gente desenvolve, Marabá dá esse suporte para os alunos, antecedendo o dia 21 de setembro, dia de luta da pessoa com deficiência. Queremos consolidar esses espaços para que essas pessoas não sintam como se fossem favores e sim o dever da prefeitura, as políticas públicas sendo efetivadas”, pontua a coordenadora.
Além dos 64 alunos inscritos no projeto Marabá Paralímpico, o festival atende estudantes das salas de recurso da rede pública, inscritos pelas professoras do AEE. O estudante do segundo ano do Colégio CMRio, Thailan Barbosa, destaca que o evento serve também para mostrar que pessoas no espectro autista como ele, têm total capacidade de desempenhar atividades como essas.
“É legal participar, porque, como a gente sabe, tem muitas pessoas aqui que simplesmente têm o mesmo tipo de deficiência que eu e é um projeto que foi criado há anos, mostrando claramente que muita gente de fora daqui fala: ah, ele é autista, não tem capacidade. E esse e outros projetos são criados justamente pra mostrar que até mesmo uma pessoa autista tem capacidade de fazer o impossível”, pontua.
A estudante do terceiro ano também do CMRio, Unaína Gabriely dos Santos, ressalta que essa experiência reúne não só pessoas com deficiência, mas também sem, o que traz mais interação e trocas.
“Eu estou me sentindo muito feliz, é uma experiência muito boa, porque ela não inclui só pessoas com deficiência, mas também pessoas sem, e isso é muito bom, porque ajuda muitas pessoas a se unir, a serem amigos, não só no festival, mas também em outros lugares. Estou muito orgulhosa de estar participando e eu espero participar mais vezes”.
Outro aluno bastante participativo era Antônio Isaque do Carmo Martins, do primeiro ano da Escola José Cursino de Azevedo. Ele é deficiente visual, mas isso não o impede de praticar esportes.
“Está sendo maravilhoso porque eu sou a única pessoa com uma deficiência visual total e eu tô tendo todo o apoio e assistência, então tá sendo maravilhoso pra mim. Como sou deficiente visual, é um pouco mais difícil para se adaptar, porque eu preciso de um guia para correr comigo, e na maioria dos treinos, assim que eu comecei a treinar, eu ficava com medo de cair, só que agora eu já tô conseguindo correr melhor”, frisa Antônio.
O educador físico Jonh Hans é professor voluntário de parataekwondo desde que o festival foi realizado pela primeira vez, em 2018, e conta que o principal objetivo é fazer com que as crianças se sintam atraídas pela modalidade.
“É sempre é uma experiência única, pois são crianças que vêm pra gente pra praticar uma atividade física e o nosso papel é desenvolver com elas pra que elas se sintam atraídas e acolhidas. São modalidades que algumas crianças não conhecem e elas podem despertar um interesse e praticar essa modalidade, tanto paralímpica como olímpica. Na oficina a gente não aplica o Taekwondo em si, a gente aplica de uma forma lúdica, que as crianças consigam fazer, ter o prazer de fazer, com isso ela vai despertando interesse pela prática mesmo”, argumenta o educador.
Um dos diferenciais do evento foram os atendimentos médicos com a neuropediatra Sara Jasper, que avalia as crianças para saber se elas tem alguma deficiência.
“Eu participo com muita alegria em poder ajudar, a gente sabe que há uma grande dificuldade do paciente ter acesso ao atendimento neuropediátrico e são crianças que precisam de um laudo pra ter, às vezes, um atendimento escolar individualizado, pra ter acesso às terapias ou um paciente que precisa de uma medicação, de um tratamento para epilepsia e que ainda não teve esse acesso, então é um momento muito importante”, esclarece a médica.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes
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