A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do 1º Centro Regional de Saúde (CRS), desenvolve ações destinadas a aperfeiçoar a destinação do lixo. O que começou como um experimento entre colegas, evoluiu para o Programa de Sustentabilidade Socioambiental do 1º CRS, um modelo de sustentabilidade que pode ser compartilhado com outros centros de saúde e instituições parceiras.
De 17 a 21 de março, o 1º CRS promoveu o 1º Módulo da Capacitação “Gestão de Resíduos Sólidos no Ambiente de Trabalho”, reunindo servidores de diversas unidades para discutir estratégias de redução da geração de lixo e destinação sustentável dos materiais descartados. A iniciativa não apenas contribui para a preservação ambiental, como reduz riscos à saúde, uma vez que o descarte inadequado de resíduos pode favorecer a proliferação de transmissores de doenças.
Segundo a coordenadora do projeto, Norma de Fátima Andrade, “era um sonho contribuir para que a gente parasse de gerar lixo dentro do nosso ambiente de trabalho. Começamos com algo simples, separando tampinhas, lacres de latinha e pilhas, sem orçamento e sem coletores adequados. Mas a ideia cresceu, e mais pessoas começaram a participar.”
Com a crescente adesão dos servidores, o projeto ganhou força. Em 2024, uma portaria institucionalizou a iniciativa, tornando-a parte da rotina do 1º CRS. Agora, além da separação e do descarte adequados, o Programa de Sustentabilidade investe em educação ambiental e reaproveitamento de materiais. Oficinas de artesanato, feiras de reuso e até ações de compostagem passaram a fazer parte do dia a dia na sede administrativa do 1º Centro, e em várias unidades de saúde.
Educação ambiental e saúde- O descarte irregular de resíduos sólidos pode trazer impactos diretos à saúde pública. Lixo acumulado favorece o surgimento de insetos e roedores, que podem transmitir doenças como leptospirose, dengue e chikungunya.
“Se eu só educar, mas não oferecer estrutura para a separação e destinação correta, o aprendizado se perde. E se eu tentar implantar a gestão dos resíduos sem educar as pessoas, também não funciona. É como remar um barco com um remo só – ele não sai do lugar”, explicou Norma Andrade.
A proposta já ultrapassou os limites do 1º Centro e alcançou o 3º CRS/Sespa, que inscreveu servidores no curso e vem firmando parcerias importantes, como a capacitação dos servidores pela Escola de Governança Pública do Pará (EGPA), com certificado válido pelo Programa Qualifica Servidor e a participação de servidores da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), instituição que recentemente aderiu à Agenda A3P, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Adesões- Dentre as unidades de saúde que já aderiram ao Programa destaca-se o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) Marajoara. A diretora da unidade, Sheila Tapajós, contou que a adesão ao Programa faz diferença não só para o descarte correto dos resíduos, mas também na conscientização dos servidores.
Para a diretora, “esse trabalho da doutora Norma é essencial. Começou pequeno, mas está crescendo e transformando o olhar das pessoas. No CAPS, recolhemos plásticos, vidros e tampinhas. Essas tampinhas, por exemplo, são enviadas para um projeto que financia a produção de perucas para crianças em tratamento contra o câncer. É uma corrente do bem que vai muito além do nosso ambiente de trabalho.”
Impacto- Atualmente, cinco unidades já implementaram o Programa, e outras estão em processo de adesão. A Fapespa, onde ocorreu a última capacitação, já aderiu à Agenda A3P do Ministério do Meio Ambiente e está planejando ações que guardam afinidades com as propostas do Programa do 1º CRS, ampliando o alcance da iniciativa.
Sheila Tapajós reforçou que a mudança depende da conscientização de cada pessoa. “Se cada um fizer um pouco, o impacto será enorme. São poucas as pessoas realmente envolvidas, mas quando a gente vê alguém como a doutora Norma, que estuda, busca soluções e se dedica, dá vontade de fazer parte também", acrescentou.
A ação do 1º CRS reflete o compromisso do governo do Estado, e da gestão da Sespa, com a promoção de práticas sustentáveis nas unidades de saúde, onde o cuidado com o meio ambiente é fundamental para garantir o bem-estar de todos.
Texto: Bianca Botelho – Ascom/Sespa
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