23°C 27°C
Manaus, AM
FOTO: Anne Alves/FVS-RCP
Visando o avanço da implantação gradual da tafenoquina como medicamento antimalárico que reduz o tempo de tratamento da doença, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), realiza, até quarta-feira (19/02), em parcerias com outras autoridades de saúde, treinamentos para o uso do teste de G6PD, pré-requisito para o uso da medicação, no Alto Solimões.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a FVS-RCP, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), e a esfera federal com equipe do Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai); e Distrito Sanitário Especiais Indígenas (DSEI) Alto Solimões e Vale do Javari.
A secretária da SES-AM, Nayara Maksoud, explica que o treinamento tem como objetivo capacitar os profissionais de saúde da região do Alto Solimões sobre a importância do exame de G6PD para a prescrição da tafenoquina.
“A SES-AM e Ministério da Saúde avançam com um tratamento que é muito eficaz para combater a malária no Amazonas. Um medicamento que nos ajuda, inclusive, a interromper o ciclo de transmissão dessa doença endêmica no nosso estado. Então, é muito importante que, em cada município que chegamos, os profissionais de saúde, de todas as esferas, estejam treinados para orientar os pacientes quanto ao uso da tafenoquina”, declara Nayara Maksoud.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, ressalta que a capacitação dos profissionais de saúde é um dos pilares para o sucesso da implantação gradual da tafenoquina no tratamento da malária. “O uso adequado do teste de G6PD é essencial para a segurança e eficácia do tratamento. A FVS-RCP segue firme em sua missão de fortalecer as ações de prevenção e tratamento da malária”, enfatiza.
Para o tratamento de malária com tafenoquina, se o paciente apresentar o nível de G6PD abaixo do esperado, será encaminhado para tratamento com a primaquina, medicamento anterior e vigente para o combate à malária.
O responsável técnico de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, enfatiza que a introdução da tafenoquina no Amazonas é um avanço significativo para o tratamento da malária. “A tafenoquina reduz o tempo de tratamento. Isso impacta na melhoria da adesão dos pacientes ao tratamento e contribui diretamente para a interrupção da cadeia de transmissão, refletindo na redução dos casos da doença”, afirmou.
Vantagem da tafenoquina
A tafenoquina é um antimalárico indicado para uso em conjunto com a cloroquina. Esse composto medicamentoso é indicado para a malária vivax, responsável por 85,1% dos casos de malária no Amazonas. Esse tipo de malária é transmitido pela picada de mosquitos infectados, especificamente os mosquitos do gênero Anopheles.
A tafenoquina é um medicamento a ser tomado em um único dia juntamente com três dias de cloroquina. Ou seja, o tratamento, que antes era de sete dias, hoje se torna de três dias. “Aumenta a adesão do paciente ao tratamento, o que reduz as recaídas que há na malária.
O Ministério da Saúde está fazendo a implementação (da tafenoquina) com municípios prioritários para que se consiga eliminar a malária no Brasil até 2035”, ressalta o coordenador de Eliminação da Malária na SVSA/MS, Alexander Vargas.
Implantação gradual
Para realização dos treinamentos, a equipe técnica de autoridades de saúde segue com visitas itinerantes pelos municípios para acompanhar a execução do treinamento, iniciado na terça-feira (11/02). Esse esforço visa capacitar os profissionais de saúde da região do Alto Solimões para o diagnóstico preciso e a aplicação correta da tafenoquina, proporcionando um tratamento ainda mais ágil e eficiente contra a malária no Amazonas.
A capacitação é destinada a médicos, enfermeiros, farmacêuticos, bioquímicos, biomédicos, microscopistas, Agentes de Combate às Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A capacitação está sendo realizada nas cidades de Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Santo Antônio do Içá.
“A realização do treinamento sobre o tratamento de malária é muito importante para a nossa realidade e traz benefícios em nossas ações de combate e tratamento da malária”, disse um dos participantes da capacitação, o ACE Raimundo Rodrigues de Benjamin Constant (a 1.121 quilômetros de Manaus).
A tafenoquina foi implantada inicialmente nos municípios de Manaus, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Guajará, Tefé e Alvarães. A expansão gradual para outras localidades, como o Alto Solimões, é mais um passo estratégico no controle da malária em todo o Amazonas.
Mín. 23° Máx. 27°
