Investimentos em tecnologia e inteligência, somados à integração das forças de segurança do Pará resultaram na apreensão de 6.161,397 quilos de drogas, nos primeiros quatro meses de 2025. O resultado representa um aumento de 18,26% no número de apreensões, quando comparado ao quadrimestre de 2024, quando o Estado apreendeu 5.209,635 kg de entorpecentes. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac).
De acordo com o titular da Segup, Ualame Machado, as apreensões são frutos de um trabalho integrado e de estratégias de segurança, como aquisição de equipamentos de alta tecnologia, além da atuação das agências de inteligência e de um forte incremento do policiamento nos rios com a implantação das bases fluviais integradas e aquisição de lanchas rápidas e blindadas, para aumentar o potencial ofensivo contra a criminalidade.
“Em 2024 já foi o ano em que tivemos o maior número de apreensão de drogas na história do Pará, com mais de 13 toneladas. Agora, em 2025, estamos iniciando o quinto mês do ano e já ultrapassamos 6 toneladas de drogas apreendidas, cerca de uma tonelada a mais do que foi apreendido no mesmo período do ano passado. Isso é fruto, certamente, do investimento em embarcações mais velozes, mas também nas bases fluviais, seja a Base Antônio Lemos, em Breves, no Marajó, que já funciona há quase três anos, seja a Base Candiru, em Óbidos, entregue há pouco mais de seis meses, que certamente incrementou ainda mais essa quantidade de apreensão. Até o final deste primeiro semestre 2025, início do segundo semestre, estaremos entregando a terceira base fluvial integrada, a Base Baixo Tocantins, próximo a Abaetetuba e Barcarena. Tudo isso, para que possamos combater ainda mais o tráfico de drogas e as ilegalidades nos rios”, enfatizou Ualame Machado.
Combate ao tráfico- Em seis anos, o Estado vem superando a marca de apreensões, a cada ano, totalizando nesse período 50.645,373 kg de entorpecentes apreendidos - maconha e cocaína -, um aumento significativo quando comparado aos anos de 2015 e 2018, quando o Estado totalizou a apreensão de 11.415,986 kg.
As forças de segurança integradas do Estado atuam em diversas frentes, com as equipes especializadas no combate ao tráfico de drogas e aos grupos criminosos que utilizam rotas fluviais e terrestres para o transporte das cargas de entorpecentes, destinadas a países da América do Norte e Europa, informa o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior.
“Sabemos que o Pará é rota do tráfico internacional de drogas. Essa droga é produzida nos países da Cordilheira dos Andes e transportada pelo Rio Amazonas com o objetivo de chegar aos maiores mercados consumidores, que são a Europa e a América do Norte. Parte dessa droga também é traficada para o sul do Brasil, através da Santarém-Cuiabá (Rodovia BR-163) e da Belém-Brasília (BR-010), essas grandes rodovias que interligam o norte do Brasil com as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Temos também as rotas fluviais, as quais têm gerado grandes apreensões no Estado, por meio das bases fluviais, que vêm sendo uma estratégia importante para as ações policiais, sobretudo com o auxílio essencial dos cães farejadores da Polícia Militar, que vêm nos auxiliando de forma efetiva para a descoberta das drogas escondidas nos navios”, ressalta o coronel Dilson Júnior.
A Polícia Civil, por meio da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) e das Seccionais e Delegacias instaladas nos municípios, as ações também são realizadas diariamente no combate ao tráfico e na investigação policial para a captura e apreensão dos entorpecentes.
“Diariamente, nossas equipes estão combatendo o tráfico de drogas, seja grandes ou pequenas apreensões, através do traficante local, de bairro ou de uma rua, com informações que chegam até nós, por meio de investigação ou de denúncia, com a colaboração da sociedade, por meio do canal 181 do Disque-Denúncia da Segup, visando compreender o modus operandi do grupo criminoso voltado ao tráfico de drogas”, diz o delegado Davi Cordeiro, diretor da Denarc.
Investimentos estratégicos- Por meio de estratégias imediatas e de longo prazo, as forças de segurança do Estado investem em armamentos, equipamentos de inteligência, e sobretudo, nas bases integradas fluviais de segurança, como a Base “Antônio Lemos”, instalada na malha fluvial do Arquipélago do Marajó, em uma rota para que vem do Amapá, assim como na Base “Candiru”, que registra grandes apreensões de drogas, por estar localizada no estreito de Óbidos, às margens do Rio Amazonas, uma das rotas mais utilizadas pelo tráfico, especialmente pela proximidade à divisa com o Estado do Amazonas.
O Estado investe também no Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar, para criação e treinamento dos animais que atuarão nas ações de combate ao tráfico de drogas. Por meio da maternidade canina, o Estado consegue reproduzir suas próprias matrizes e desenvolve treinamentos específicos para os cães com habilidade de farejadores, que são colocados à disposição nas ações policiais de combate ao tráfico.
Os agentes contam também com qualificação em inteligência, possibilitando a integração entre as agências de inteligência, o que permite trocas de informações com as demais unidades policiais e com outros estados da Federação.
Equipamentos - Nas ações investigativas, a Polícia Civil do Pará conta com equipamentos, incluindo Scanner Portátil (raio X), que facilita a visualização de material entorpecente escondido em objetos e materiais. Todo esse incremento vem sendo utilizado de forma estratégica e contínua no combate ao tráfico de drogas e no enfrentamento aos grupos criminosos.
“Com todo esse investimento e ações estratégicas, a tendência é de, a cada ano, aumentarmos o número de apreensões e superarmos os nossos próprios resultados, inibindo assim o tráfico de drogas e a articulação do crime organizado”, reitera Ualame Machado.
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