O ar, a água e a terra que alimenta os seres humanos são os mesmos elementos para os demais seres. E o que atinge o planeta atinge a todos. Para não esquecer essa interligação é que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional da Mãe Terra, comemorado no próximo dia 22 de abril. Em todos os continentes, voluntários da escola de filosofia Nova Acrópole celebram a data atuando com mais ênfase neste mês com ações ecológicas, oficinas e palestras sobre o assunto. As atividades de 2025 têm como tema “A busca da Unidade para além das diferenças”.
Felipe Guilherme Klein, engenheiro agrônomo em Mato Grosso, filósofo e professor voluntário da Nova Acrópole há 11 anos, destaca que a humanidade pode aprender muito se conscientizando do quanto tudo está conectado e que toda a natureza entrega algo de si para o coletivo. Falando sobre “O planeta Terra como ser vivo”, ele cita as leis da natureza, como a de ação e reação, por exemplo, como regente de todas as atividades na vida. “Podemos aprender a colaborar e não a competir. Saber que existem diferenças, e que bom que elas existem, pois só assim alcançamos a harmonia. E se cada um fizesse o seu melhor para o bem de todos, poderíamos chamar de fraternidade”, explicou, considerando ainda o conceito de Unidade não como uma junção das coisas, mas como a aplicação de uma inteligência que conecta tudo com propósito.
A filósofa e pedagoga Aline Freitas, instrutora do curso de Filosofia Para Viver, pondera que até na raiz da palavra “Universo” traz a ideia do Uno e do Verso (diversidade) ao mesmo tempo. Em sua palestra “Aprender sobre a vida com a natureza”, narra que os chamados “filósofos da natureza’, cinco séculos antes de Cristo, nas escolas de Mileto, Pitagórica, Eleia e Éfeso já buscavam resposta sobre o que é a Terra. E na observação da relação do macro e do micro, a natureza ensina sobre o tempo e a atenção necessária para o desenvolvimento da vida. “As virtudes são como as sementes que guardam a força do bem, a ideia do que une. Já o defeito é o não feito, o que está fragmentado”, argumenta.
De forma prática, o diretor nacional da Nova Acrópole no Brasil área Norte, Prof. Luís Carlos Marques, reforça que o corpo é a primeira terra que o ser humano habita. O primeiro ecossistema pelo qual é responsável. “Cada excesso ou negligência com ele — seja no alimento, no descanso, no movimento ou na emoção — gera impactos que vão além de nós, refletindo-se no mundo ao nosso redor”, disse.
Sustentabilidade
Para a profa. Lúcia Helena Galvão, também instrutora da Nova Acrópole há mais de 35 anos, para preservar a Terra é preciso que os seres humanos elevem a consciência de valores e sabedoria. “Sustentabilidade é agir de forma que nossas necessidades do presente não comprometam as de amanhã. Assim, se não atuarmos nas causas dos problemas seremos paliativos e superficiais”, argumenta.
Profa. Lúcia Helena alega ainda que, se a verdadeira natureza humana – rica em virtudes – for preservada, essa mesma natureza preservará todo o resto com muito mais facilidade. E que, em um mundo cada vez mais marcado pelo caos e pela carência, a solução para os problemas está no ajuste do ser humano com sua própria natureza. Ela afirma que a base de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável começa com valores que mantêm a vida e servem ao todo e, assim como na natureza, onde cada elemento contribui ao equilíbrio, o ser humano também é chamado a colaborar com virtudes e princípios que promovam o bem-estar coletivo.
"A natureza espera que aportemos valores que sirvam ao todo. Esses são os nossos frutos", destaca a reflexão. Desta forma, cultivar virtudes não apenas contribui para um planeta mais saudável, mas também para uma sociedade mais justa e equilibrada. “A verdadeira felicidade não consiste em possuir coisas externas, mas possuir a si mesmo. Pensar grande é pensar como unidade”, finaliza.
A programação do Dia Internacional da Mãe Terra das sedes da Nova Acrópole em todo o Brasil pode ser acompanhada através do site: http://www.acropole.org.br.
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