A bronquiolite é uma doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças com menos de dois anos, podendo causar sintomas graves e complicações respiratórias. A infecção é, na maioria das vezes, provocada pelo vírus sincicial respiratório (VSR), que afeta as vias respiratórias inferiores, dificultando a respiração da criança. Para prevenir o surgimento da enfermidade e suas complicações, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) disponibiliza orientações detalhadas para pais e responsáveis. Essas recomendações visam promover cuidados essenciais, como práticas de higiene e cuidados no ambiente, ajudando a reduzir o risco de transmissão do vírus e garantindo o bem-estar das crianças.
Durante o período de inverno amazônico é comum que os casos de bronquiolite cresçam na Região Norte do país, tendo em vista o clima úmido e frio propício para que os vírus causadores da doença se desenvolvam. Dessa forma, redobrar os cuidados com os bebês e crianças faz-se necessário.
Apesar de se intensificarem no período chuvoso, os casos da infecção são corriqueiros durante todo o ano, de acordo com a intensivista pediátrica da rede pública de saúde do Acre, Fabiana Marques.
“Como o nome já presume, a parte do pulmão mais acometida são os bronquíolos. Em um bebê, esses tubos são muito menores do que os dos adultos. Então, qualquer inflamação nessa via aérea vai causar obstrução e, com isso, a diminuição da entrada de oxigênio”, explica a médica.
Além disso, é importante destacar que a bronquiolite é contagiosa. Portanto, uma criança pode contraí-la ao inalar gotículas contaminadas com o vírus dispersas no ar, por secreções ou superfícies infectadas. Portanto, a médica recomenda que os pais devem evitar levar crianças menores de 3 anos em lugares com aglomeração de pessoas, como shoppings e supermercados.
Segundo Fabiana, a infecção pode iniciar como um resfriado comum ou uma alergia respiratória. Porém, com o passar dos dias, a respiração começa a ser afetada e o quadro geral tende a piorar, caso não tratada com medicações recomendadas por um profissional da saúde.
Apesar de ser similar a uma gripe, existem outros sinais que os pais podem identificar nas crianças. “Os sinais de alerta são recusa alimentar, sonolência, diminuição de diurese (urina) e cansaço. O desconforto respiratório é progressivo e de forma rápida e súbita”, salienta.
Devido à rapidez na evolução do quadro clínico das crianças, é necessário que, ao perceberem algum sinal de falha respiratória, os responsáveis busquem ajuda médica especializada.
“Os pais devem procurar o sistema de saúde sempre que os filhos apresentarem qualquer alteração respiratória, principalmente os menores de 6 meses, que ainda não têm prevenção de vacina contra a gripe. Todos os sinais de alerta devem ser levados em consideração”, observa.
A prevenção em crianças é fundamental para evitar complicações respiratórias graves. Medidas como lavar frequentemente as mãos, evitar o contato com pessoas doentes, não expor a criança a ambientes com fumaça de cigarro e manter a casa bem ventilada ajudam a reduzir o risco de infecção.
A vacinação também é essencial, especialmente para proteger contra o vírus sincicial respiratório, uma das principais causas de bronquiolite. Manter esses cuidados pode diminuir consideravelmente as chances de a criança desenvolver a doença e outras complicações respiratórias.
Conforme a pediatra Fabiana: “A prevenção é o ponto-chave para evitar que as crianças cheguem à necessidade de um atendimento médico. Os adultos são os hospedeiros do vírus na via aérea, por isso, para evitar que os menores, mesmo que não tenham contato exterior, se contaminem, devemos cuidar da nossa própria saúde”.
A pediatra ressalta, ainda, que “as mães devem manter seus filhos em aleitamento materno pelo menos até os 6 meses de vida, porque isso mantém eles com imunidade. Deixem a vacinação em dia, evitem visitas e contato físico com pessoas de fora do ambiente de casa”.
A lavagem nasal é outro ponto importante na prevenção. Ao remover secreções, poeira e alérgenos das vias nasais, ela ajuda a aliviar o congestionamento e a melhorar a respiração. Com o uso adequado de solução salina, a lavagem nasal fortalece o sistema imunológico infantil, contribuindo para o bem-estar geral e a prevenção de complicações.
O leite materno é essencial para o desenvolvimento saudável dos bebês, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento do sistema imunológico. Ele contém anticorpos, células imunológicas e proteínas que ajudam a proteger o bebê contra infecções e doenças. Além disso, o leite materno proporciona uma barreira natural contra vírus e bactérias, particularmente no primeiro ano de vida, quando o sistema imunológico do bebê ainda está em desenvolvimento.
A amamentação reduz significativamente o risco de doenças respiratórias, como pneumonia, bronquiolite e asma, pois o leite materno ajuda a fortalecer as vias respiratórias e a prevenir inflamações. Portanto, a amamentação é uma das formas mais eficazes de proteger o bebê de doenças respiratórias e de garantir um crescimento saudável.
“É necessário que as mães se vacinem e que mantenham o aleitamento materno, porque ela passa para seu filho a imunidade que ele precisa”, conclui Fabiana.
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