O Museu Municipal Francisco Coelho foi palco nesta quarta-feira, 26, do I Circuito de Relações Étnico-Raciais, projeto da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) que busca fortalecer o diálogo sobre a valorização das múltiplas culturas e identidades que compõem a região sul e sudeste do Pará. Neste primeiro circuito, o foco é voltado às comunidades indígenas.
A mesa-redonda “Mulheres e Práticas Sustentáveis na Aldeia” reuniu participantes que vivenciam, pesquisam e atuam nesse segmento. Quem compartilhou um pouco das experiências foi a liderança do movimento indígena, Murue Suruí, que é graduada em Licenciatura Intercultural Indígena e professora do ensino infantil da Escola Sarawapy Suruí.
“Foi gratificante porque, para a gente, mostrar para a cidade, país e para o mundo a importância que é valorizar esse momento. A gente está compartilhando o nosso momento na aldeia, na comunidade por meio de eventos como esse. A mulher que está sempre à frente de várias questões, desde o amanhecer, de cuidar da criança, até o cotidiano em geral, de frente para tudo, os desafios da vida”, comenta.
A Promotora de Justiça Agrária, Alexssandra Mardegan, que tem uma atuação junto às comunidades indígenas, com foco no desenvolvimento sustentável e na proteção de comunidades tradicionais, também participou da mesa.
Diante da experiência de campo, ela pontua que é importante espaços como o circuito para fortalecer e valorizar o protagonismo feminino nas relações de sustentabilidade, principalmente em comunidades que trabalham com a terra.
“É importante discutirmos aqui hoje a importância do reconhecimento da valorização do trabalho dessas mulheres que, em geral, são invisibilizadas, não são valorizadas. Então, é fundamental que espaços como esse possam fazer ecoar a importância das vozes dessas mulheres, mas também pensar alternativas que efetivamente possam proporcionar mudanças no dia a dia, na vida dessas comunidades”, destaca.
O primeiro ciclo do circuito foi pensado para discutir temáticas relacionadas às comunidades indígenas e as pluralidades, por meio de mesas, palestras e exposições artísticas, por exemplo.
Para 2026, o objetivo do circuito será debater temáticas, desafios e perspectivas das populações negras da região.
A diretora do Museu Municipal Francisco Coelho, Lara Luz, ressalta que o circuito também foi pensado para mostrar à sociedade o trabalho de pesquisa realizada pela FCCM junto aos povos indígenas na região.
“É uma agenda anual para a gente pensar ações, rodas de conversa, palestras, exposições e diversas formas de manifestações sobre a pluralidade étnica da região. A gente achou uma oportunidade de publicizar o trabalho da Casa da Cultura, de parceria, de comprimento com essas populações, mas que pudesse chegar e alcançar a população da região de Marabá”, observa.
Também participaram da mesa Luiza Mastop, professora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, doutora em Antropologia Social, com experiência em Etnologia Indígena e Antropologia Rural; Tymykong Suruí, professora indígena da língua Aikewara na Escola Sawarapy Suruí, dedicando-se à valorização e fortalecimento da cultura e identidade étnica Aikewara entre os jovens, incentivando também práticas sustentáveis na comunidade. A mesa foi mediada por Mirtes Emília, etnóloga da FCCM.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes
Confira outras fotos:
The post FCCM: Museu Municipal promove 1º Circuito de Relações Étnico-Raciais appeared first on Prefeitura de Marabá - Pa .
Mín. 24° Máx. 33°