Será que é só eu que acho que a “grana tá curta”? Não! A grana tá curta pra todo mundo.
Espera aí, na verdade não é a grana que tá curta, é a inflação que tá alta.
A tal “inflação” parece uma palavra tão técnica que alguém já pode até ter sentido vontade de desistir de ler esse artigo, mas calma! Vamos conversar de maneira bem simples e você realmente vai receber dicas sobre como sair do vermelho. Quer ver? Vamos começar pela inflação, que nada mais é do que o nome dado ao aumento dos preços de produtos e serviços. E como ela é calculada, aí sim, fica pra outro momento porque isso realmente é mais complexo.
Se tudo está mais caro, o brasileiro deveria gastar menos, já que, teoricamente tem menos dinheiro pra gastar. Essa seria a lógica, mas....será que é assim que acontece? Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que o percentual de brasileiros com dívidas atingiu patamar de 66,5% em janeiro de 2021, um aumento de 0,2% em relação ao mês anterior e de 1,2% na comparação com janeiro de 2020.
É de dar arrepios esse número de 65% de endividamento. Então, a pergunta que não quer calar é: ano de pandemia, economia aos frangalhos, pouco dinheiro entrando no bolso do brasileiro, como e com o que as pessoas estão se endividando tanto? Seria o hábito do “passa no cartão de crédito”? Se estamos sem dinheiro, passa no cartão e pagamos “na valsa”.
Atitude correra ou incorreta?
Para nos ajudar a saber sobre isso e também para dar dicas QUE REALMENTE FUNCIONAM para sairmos do VERMELHO, convidamos a Educadora Financeira e empresária Ramayana de Paula
Ramayana, obrigada por ter aceitado o nosso desafio de compartilhar dicas infalíveis para ajudar as pessoas a saírem da situação de endividamento. Gostaríamos inicialmente que você fizesse uma breve apresentação pessoal.
Flávia, muito obrigada pelo convite. Fico muito feliz pela oportunidade de ajudar as pessoas a conquistarem autonomia financeira. Eu sou Engenheira Industrial, mas mergulhei de tal forma na Educação Financeira que agora consigo ajudar as pessoas a tomarem decisões melhores com o seu dinheiro. Diariamente compartilho dicas no meu perfil do Instagram e fico muito feliz pelos depoimentos que recebo. Nossa geração não possui Educação Financeira então os conceitos desse assunto são muito novos para as pessoas, requer que elas estejam de coração aberto para conseguir fazer diferente do que tem feito.
Com uma inflação alta e uma economia abalada pela situação da pandemia de COVID19, teoricamente as pessoas teriam menos dinheiro para gastar e menor probabilidade de endividamento. Você considera que essa afirmação é válida?
Estávamos todos acostumados com nossa rotina, até a rotina de endividamento: se endividar em um mês, conseguir compensar com o dinheiro das férias, adiantamento de 13° salário e de repente a empresa diz que não consegue manter a folha de pagamento do próximo mês. Investidores muito tranquilos com a queda dos juros e apostando fortemente em bolsa de valores esquecendo de proteger seu patrimônio. A pandemia veio como um cisne negro, é raro mas existe e as pessoas não estavam preparadas para de fato contar com a tão falada reserva de emergência ou proteção do seu patrimônio. O aumento do endividamento neste ano é decorrente também da incredulidade de que seria um período longo de pandemia, o mesmo descaso que vemos no uso de máscaras e aglomeração reflete no comportamento financeiro. O lado emocional das pessoas sobressai nesses momentos de reclusão, descontam o tédio nas compras e o comércio se adapta rapidamente com a conveniência dos deliveries e facilidades de pagamento. Teoricamente as pessoas teriam menos dinheiro para gastar sim, porém infelizmente elas não abrem mão do padrão de vida e se endividam enquanto houver crédito acreditando magicamente que nos próximos meses receberão um aumento, mudarão para um emprego melhor.
Quais são os principais motivos do endividamento dos brasileiros?
Antecipação de sonhos. Pagamos muito caro com juros para financiar nossos sonhos enquanto que poderíamos realizar muito mais coisas se conseguíssemos nos planejar. Exemplo: Uma família que está construindo sua casa, parece uma causa nobre, mas a estratégia de execução leva ao ciclo do endividamento. O responsável da família, sonda quanto tem de limite para empréstimo, realiza o empréstimo, geralmente não é suficiente para finalizar a obra e passa alguns meses ou anos até pagar o dobro do custo daquela obra e a obra fica parada até ele se recuperar do último empréstimo.
Por causa da pandemia muitas empresas chegaram à falência, mas também novas formas de negócios surgiram porque as pessoas foram obrigadas a se reinventar. Isso foi quase (ou literalmente) uma busca pela sobrevivência. O meio mais usado para o desenvolvimento de novos negócios é a internet. Como você avalia o impacto do uso da internet e das tecnologias na economia?
A Internet tem ajudado muito às pessoas a terem visibilidade para conseguirem realizar uma renda extra e até mesmo a criarem negócios. Eu avalio de forma muito positiva o impacto da internet e das tecnologias na economia, pois eliminou tarefas desnecessárias, como deslocamento, filas, burocracias que as pessoas podem utilizar esse saldo de tempo fazendo algo que tenha mais sentido para a vida delas. Por outro lado, a internet é uma forma muito conveniente para o consumo: você compra sem sair de casa favorecendo as compras por impulso. Dessa forma, a Educação Financeira é muito importante para saber lidar com o marketing cada vez mais agressivo, agora na palma da mão.
Gostaríamos que você desse 5 dicas e orientações para que o leitor que se encontra em estado de endividamento realmente possa colocar em prática e voltar ao “saldo positivo”
1) Faça uma organização financeira: liste suas despesas fixas e variáveis e faça alguns ajustes de orçamento de forma destinar de 20 a 30% para pagamento de dívidas
2) Inicie o hábito de investir mesmo estando endividado, pois isso impedirá você de não estar preparado quando ocorrer um imprevisto e evitará que você recorra a empréstimos. Para começar pode ser 10% de sua renda para reserva de emergência.
3) Considere fazer renda extra ou vender objetos de casa que não utiliza mais para acelerar o pagamento das dívidas, ou seja, tudo que entrar dessas fontes já tem destino certo, não é para patrocinar um fim de semana de lazer.
4) Ordene as dívidas, lembre-se de que você não tem como pagar todas de uma vez, se tivesse não estava endividado. Siga esta ordem para quitação:
5) Em um processo de quitação de dívidas, é importante você não se desesperar em tentar renegociar todas ao mesmo tempo. Procure as instituições conforme o orçamento que você destinou, deixe o nome negativado lá no Serasa o tempo que for necessário, ele está protegendo você de si mesmo.
Para mais informações, entre em contato com Ramayana de Paula pelo Instagram: Clique aqui
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