Vereadores e Deputados: O Artesanato como Nicho Estratégico de Desenvolvimento
Adão Gomes-Jornalista
Oportunidade de Fortalecimento do Artesanato no Amazonas: Um Chamado à Ação
O artesanato é um dos maiores patrimônios culturais do Brasil, refletindo a identidade e a riqueza histórica de cada região. No Amazonas, com sua imensidão territorial e diversidade cultural inigualável, o artesanato é muito mais do que uma atividade econômica: é uma expressão da alma do nosso povo. No entanto, os dados mais recentes do Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB), atualizados até 04 de dezembro de 2024, mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer para ocuparmos o lugar que merecemos no cenário nacional.
deSegundo o SICAB, o Amazonas possui 7.397 artesãos cadastrados, ocupando apenas o 13º lugar no ranking nacional. Este dado é preocupante quando consideramos nossa vastíssima cultura e a abundância de matérias-primas que poderiam ser transformadas em obras artesanais de alta qualida. Estamos atrás de estados como Alagoas (17.400), Bahia (18.803) e Ceará (22.583), que têm índices muito mais expressivos. O Brasil, ao todo, registra 226.486 artesãos ativos, de acordo com o SICAB.
É urgente que o Governo do Estado do Amazonas e a Prefeitura de Manaus encarem este cenário como uma oportunidade de crescimento econômico e fortalecimento cultural. Vereadores, deputados estaduais e federais têm à sua disposição dados concretos que podem embasar políticas públicas e incentivos voltados à capacitação, ao cadastro e à ampliação do mercado para os nossos artesãos.
Facilitação do Cadastro no SICAB: Campanhas itinerantes para o cadastro de artesãos em áreas remotas do Amazonas podem aumentar significativamente os números. Muitas comunidades isoladas não têm acesso adequado à informação ou à estrutura necessária para realizar o cadastro.
Capacitação e Valorizção Cultural: Programas de treinamento para ensinar técnicas tradicionais e modernas de artesanato são essenciais. Além disso, promover eventos culturais que destaquem o valor do artesanato local ajudará a atrair novos interessados pela profissão.
Fortalecimento do Turismo: Parcerias entre o setor de artesanato e o turismo podem impulsionar as vendas e dar visibilidade aos produtos artesanais. Feiras fixas em Manaus e em pontos turísticos como Presidente Figueiredo e Parintins seriam estratégias eficazes.
Incentivos Fiscais e Acesso ao Microcrédito: O governo pode criar incentivos fiscais para artesãos formalizados, bem como oferecer microcrédito para a compra de ferramentas e matérias-primas.
Marketing e Digitalização: Investir na presença digital dos artesãos é fundamental. A criação de uma plataforma virtual, integrada ao SICAB, poderia conectar artesãos amazonenses ao mercado nacional e internacional.
Não podemos aceitar que o Amazonas, com toda a sua grandiosidade, fique limitado ao 13º lugar no ranking nacional de artesãos cadastrados. O Governo do Estado e a Prefeitura de Manaus precisam liderar esta causa. Deputados estaduais e federais podem destinar emendas parlamentares para a criação de programas que impulsionem o setor. Vereadores podem atuar como pontes entre as comunidades e o poder público.
Os números estão aí, tangíveis e concretos, como fonte de inspiração e alerta. Artesãos amazonenses precisam de apoio, estrutura e visibilidade. Com a união de esforços entre governo, setor privado e sociedade, o Amazonas pode e deve se destacar como um dos maiores celeiros de artesanato do Brasil.
Que este seja um ponto de partida para mudanças reais. O artesanato amazonense merece mais. E o momento de agir é agora.
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